"Investir em viagens é investir em você mesmo".
Pequeno manual do VIAJANTE SUSTENTÁVEL
Dicas
para você planejar a sua viagem e curtir o planeta preservando-o para as
futuras gerações.
Viajar
polui. Segundo a Organização Mundial do Turismo, o setor é responsável por 5%
da emissão mundial de dióxido de carbono, gás que, em excesso, retém demais a
radiação solar e colabora para o aquecimento global. Desse montante de CO2,
estima-se que metade é lançada pela aviação.
Pois
bem, você privilegia veículos verdes (trem, bikes) e, portanto, merece
regozijar-se em uma churrascaria, certo? Errado. Ao fatiar a picanha, também
será inimigo da natureza, já que a pecuária é a maior causadora do desmatamento
da Amazônia.
Tá,
você se descola de bike, usa ecobag e só come frutas e peixes. Moderno, hein?
Mais ou menos. Aquele sashimi que você adora é uma lasca a menos na ameaçada
população de atuns dos mares.
OK,
você não viaja, cria galinhas soltas, toma banho de riacho....Não, você não é
assim. E você pode comer peixe, carne e andar de avião de forma sustentável.
Moderação,
compensação e pequenas ações ajudam a diminuir a “pegada” que cada turista
deixa na biosfera. Confira.
Um passo a mais, uma pegada a menos.
Conheça
20 atitudes que vão transformá-lo em um turista mais consciente.
ü EVITE
VIAJAR NA ALTA TEMPORADA, sobretudo para cidades sem infra-estrutura adequada
de coleta de lixo e de tratamento de esgoto. Quanto mais gente, mais a natureza
local vai sofrer.
ü PREFIRA
DESTINOS MAIS SUSTENTÁVEIS, nos quais o fluxo de turistas é controlado (como em
Noronha) e a cultura da preservação esteja disseminada (caso de Bonito, que
monitora de perto suas atrações naturais, ou de Copenhague, capital “movida” a
bicicletas).
ü INFORME-SE
SOBRE AS LIMITAÇÕES do destino. Em países como a Austrália, que tem hidrografia
pobre e recebe pouca chuva, tome banhos rápidos e use a descarga no nível
baixo.
ü ESCOLHA
OPERADORAS SOCIOAMBIENTAIS avaliando a reputação de seus parceiros (hotéis,
atrações) e a configuração do roteiro (uso de guia local, passeios na natureza,
tours de bike). O selo da Global
Sustainable Tourism (gstcouncil.org),
em implantação no Brasil, certifica essas empresas, e a associação brasileira
das operadoras, a Braztoa (braztoa.com.br), as premia.
ü RESERVE
HOTÉIS ECOFRIENDLY que adotem ações como reciclagem de lixo, reutilização de
água e emprego de mão de obra local. No Brasil, consulte a adesão à norma ABN
15401 (informe-se na reserva); para outros países, sustainabletrip.org.
ü REPENSE
FAZER VOOS CURTOS ou com escalas, já que cada decolagem requer potência máxima
das turbinas, aumentando a emissão de CO2.
ü FAÇA
MALAS ENXUTAS para exigir menos do motor: 10 quilos a menos por bagagem podem
diminuir o peso do avião em até 3 toneladas.
ü COMPENSE
O CARBONO de sua viagem voando por empresas como TAP, Lufthansa e British, que
oferecem o serviço por um acréscimo na passagem. Pioneira, a Natur Air, da
Costa Rica, neutraliza 100% de suas emissões.
ü ANTES
DE SAIR DE CASA OU DO HOTEL, apague as luzes e tire os aparelhos eletrônicos
das tomadas: eles gastam energia mesmo desligados.
ü NO
HOTEL, EVITE usar uma toalha nova todo dia, utilize xampu e sabonete trazidos
de casa (não gere mais lixo) e não deixe o ar ligado ao sair do quarto.
ü PRIORIZE
OS TRANSPORTES COLETIVOS, como trens, metrô e ônibus, que emitem menos. CO2 por
pessoa em comparação aos carros. Se for dirigir, prefira combustíveis menos
poluentes.
ü DESLOQUE-SE
DE BIKE sempre que possível, em qualquer lugar do mundo. Quanto mais usuários,
mais as prefeituras se preocuparão e serão cobradas para ampliar as ciclovias.
ü REJEITE
SERVIÇOS QUE NÃO COLABORAM COM A NATUREZA, como ônibus em más condições. Também
evite viajar para cidades omissas com a preservação do próprio meio ambiente.
ü NUNCA
JOQUE O LIXO fora das lixeiras e prefira utilizar os receptáculos seletivos,
separando os materiais recicláveis dos resíduos orgânicos.
ü NÃO
SAI DAS TRILHAS para não destruir mais a vegetação, e nunca pegue “suvenires
naturais”, como conchas.
ü ATENTE
PARA O QUE VOCÊ ESTÁ COMENDO e prove menus preparados com ingredientes
orgânicos (sem agrotóxicos) da própria região.
ü DIMINUA
O CONSUMO de espécies marinhas em extinção ou em declínio (bacalhau, atum,
badejo, sardinha, lagosta e caranguejo, entre outras) e não coma peixes em seu
período de desova.
ü COMA
MENOS CARNE, uma vez que a pecuária extensiva ocupa enormes áreas desmatadas e
responde por grandes emissões de gás metano, outro vilão do aquecimento global.
ü DURANTE
AS COMPRAS, REFLITA sobre o impacto ambiental do produto, desde os palmitos
clandestinos até as roupas a preço de banana dos outlets americanos (boa parte
feita na China, a maior emissora de CO2 do mundo). Você precisa mesmo de 20
cuecas?
ü TENHA
INICIATIVA e adote hábitos verdes – por exemplo, “compense” o impacto de sua
viagem substituindo o uso do carro, ao longo do ano, pelo metrô ou pela
bicicleta. Cada viajante é responsável pelo tamanho da pegada que deixa no
planeta, e destinos paradisíacos foram maculados em prol do turismo de massa.
ü PESQUISE SOBRE O SEU
DESTINO ANTES DE VIAJAR. Diferentes regiões do mundo possuem diferentes problemas
sócio-ambientais. Descubra se o turismo de massa vem causando prejuízos para
aquela área, quais os problemas mais graves enfrentados pela população e se
eles sofrem com escassez de recursos. Mais importante que isso, descubra se
existem iniciativas para minimizar esses impactos e o que você precisa fazer
para tornar sua presença ali o menos prejudicial possível.
A sua
pesquisa também deve incluir a história do lugar, os aspectos culturais mais
importantes, religião, gastronomia, meios de transporte e vestimenta
apropriada. Respeite esses aspectos e os tabus locais. Seja humilde.
Aprenda algumas frases no idioma local. Leve fotografias ou pequenas lembranças
de casa para mostrar ao povo local durante uma conversa. Não se prenda
somente aos locais lotados de turistas. Veja apenas aqueles itens do top 10 que
realmente te interessam e procure atrações, lojas e restaurantes que não fazem
parte da rota tradicional. Descubra o que as pessoas que moram ali fazem e
vá atrás.
ü VIAJE DEVAGAR. Chamada de “slow travel” entre
os gringos, a tendência de permanecer períodos maiores nos destinos não é
vantajosa apenas para o viajante. Além de proporcionar uma experiência mais
próxima ao dia a dia local e permitir conhecer melhor as pessoas
e a cultura, essa forma de viajar também é mais sustentável. Se você tem, por
exemplo 15 dias de férias e resolve passar uma semana em um local e uma semana
em outro, você vai emitir menos gás carbônico com deslocamentos que visitando
cinco cidades diferentes no mesmo período.
ü NÃO
COMPRE PRODUTOS feitos com animais ou artefatos históricos ou
culturais. Optar por levar para casa uma peça do artesanato local é uma boa ideia,
a menos que esse produto tenha sido produzido com animais ou sejam partes de
artefatos históricos ou culturais. Evite souvenirs de pele, marfim, chifres,
dentes, cascos de tartaruga e outros animais marinhos. Ainda que aquela peça
específica tenha sido produzida com as partes de um animal já morto, o
crescimento desse comércio pode incentivar a caça daquele bicho.
ü DÊ ALGO EM TROCA. Se possível, tente ajudar por um tempo em alguma
organização local que lute por uma causa com que você se identifique.
Procure ONGs comprometidas com a sociedade, que sejam lideradas por moradores
da comunidade e empreguem mão de obra local. Dê preferência a causas concretas
que ajudem em um problema urgente ou traga melhorias de longo prazo. Passar
longos períodos nos lugares é uma das formas mais sustentáveis de viagem, se
você unir isso a um trabalho comunitário fica melhor ainda.
O turismo sustentável
é planejado para que as populações locais sejam mais valorizadas, promovendo
ações de preservação do meio ambiente e estimulando o desenvolvimento
socioeconômico de uma região. O resultado final é uma experiência única para o
turista.
Aproveite toda beleza
e infra-estrutura que o local oferece e em troca demonstre a sua gratidão com
pequenos gestos civilizados.
Faça a
Sua Parte
Sempre que for viajar, faça o possível para não
deixar rastros nos locais em que visita. Por exemplo, se for à praia, leve um
saco plástico para armazenar todo o seu lixo. Nem sempre você irá encontrar
lixeiras, portanto é bom se prevenir. Enterrar o lixo na areia é uma atitude
lamentável, pois o lixo estará apenas sendo escondido e logo irá aparecer.
Ensine seus filhos a respeitarem o meio ambiente desde pequenos, assim você
estará criando adultos responsáveis.
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