quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

 
"Investir em viagens é investir em você mesmo".
 

 
Pequeno manual do VIAJANTE SUSTENTÁVEL

Dicas para você planejar a sua viagem e curtir o planeta preservando-o para as futuras gerações.

Viajar polui. Segundo a Organização Mundial do Turismo, o setor é responsável por 5% da emissão mundial de dióxido de carbono, gás que, em excesso, retém demais a radiação solar e colabora para o aquecimento global. Desse montante de CO2, estima-se que metade é lançada pela aviação.

Pois bem, você privilegia veículos verdes (trem, bikes) e, portanto, merece regozijar-se em uma churrascaria, certo? Errado. Ao fatiar a picanha, também será inimigo da natureza, já que a pecuária é a maior causadora do desmatamento da Amazônia.
 
Tá, você se descola de bike, usa ecobag e só come frutas e peixes. Moderno, hein? Mais ou menos. Aquele sashimi que você adora é uma lasca a menos na ameaçada população de atuns dos mares.
 
OK, você não viaja, cria galinhas soltas, toma banho de riacho....Não, você não é assim. E você pode comer peixe, carne e andar de avião de forma sustentável.
 
Moderação, compensação e pequenas ações ajudam a diminuir a “pegada” que cada turista deixa na biosfera. Confira.
 
 

Um passo a mais, uma pegada a menos.
Conheça 20 atitudes que vão transformá-lo em um turista mais consciente.
 
ü EVITE VIAJAR NA ALTA TEMPORADA, sobretudo para cidades sem infra-estrutura adequada de coleta de lixo e de tratamento de esgoto. Quanto mais gente, mais a natureza local vai sofrer.
 
 
  
ü PREFIRA DESTINOS MAIS SUSTENTÁVEIS, nos quais o fluxo de turistas é controlado (como em Noronha) e a cultura da preservação esteja disseminada (caso de Bonito, que monitora de perto suas atrações naturais, ou de Copenhague, capital “movida” a bicicletas).
 
ü INFORME-SE SOBRE AS LIMITAÇÕES do destino. Em países como a Austrália, que tem hidrografia pobre e recebe pouca chuva, tome banhos rápidos e use a descarga no nível baixo.

 
ü ESCOLHA OPERADORAS SOCIOAMBIENTAIS avaliando a reputação de seus parceiros (hotéis, atrações) e a configuração do roteiro (uso de guia local, passeios na natureza, tours de bike). O selo da Global Sustainable Tourism (gstcouncil.org), em implantação no Brasil, certifica essas empresas, e a associação brasileira das operadoras, a Braztoa (braztoa.com.br), as premia.
 
ü RESERVE HOTÉIS ECOFRIENDLY que adotem ações como reciclagem de lixo, reutilização de água e emprego de mão de obra local. No Brasil, consulte a adesão à norma ABN 15401 (informe-se na reserva); para outros países, sustainabletrip.org.
 


 
ü REPENSE FAZER VOOS CURTOS ou com escalas, já que cada decolagem requer potência máxima das turbinas, aumentando a emissão de CO2.
 
 
ü FAÇA MALAS ENXUTAS para exigir menos do motor: 10 quilos a menos por bagagem podem diminuir o peso do avião em até 3 toneladas.
 
 

ü COMPENSE O CARBONO de sua viagem voando por empresas como TAP, Lufthansa e British, que oferecem o serviço por um acréscimo na passagem. Pioneira, a Natur Air, da Costa Rica, neutraliza 100% de suas emissões.
 

 
ü ANTES DE SAIR DE CASA OU DO HOTEL, apague as luzes e tire os aparelhos eletrônicos das tomadas: eles gastam energia mesmo desligados.

ü NO HOTEL, EVITE usar uma toalha nova todo dia, utilize xampu e sabonete trazidos de casa (não gere mais lixo) e não deixe o ar ligado ao sair do quarto.

 
ü PRIORIZE OS TRANSPORTES COLETIVOS, como trens, metrô e ônibus, que emitem menos. CO2 por pessoa em comparação aos carros. Se for dirigir, prefira combustíveis menos poluentes.
 

 
ü DESLOQUE-SE DE BIKE sempre que possível, em qualquer lugar do mundo. Quanto mais usuários, mais as prefeituras se preocuparão e serão cobradas para ampliar as ciclovias.
 

 

 
 
ü REJEITE SERVIÇOS QUE NÃO COLABORAM COM A NATUREZA, como ônibus em más condições. Também evite viajar para cidades omissas com a preservação do próprio meio ambiente.

ü NUNCA JOQUE O LIXO fora das lixeiras e prefira utilizar os receptáculos seletivos, separando os materiais recicláveis dos resíduos orgânicos.

ü NÃO SAI DAS TRILHAS para não destruir mais a vegetação, e nunca pegue “suvenires naturais”, como conchas.

ü ATENTE PARA O QUE VOCÊ ESTÁ COMENDO e prove menus preparados com ingredientes orgânicos (sem agrotóxicos) da própria região.

 

 
 
ü DIMINUA O CONSUMO de espécies marinhas em extinção ou em declínio (bacalhau, atum, badejo, sardinha, lagosta e caranguejo, entre outras) e não coma peixes em seu período de desova.

ü COMA MENOS CARNE, uma vez que a pecuária extensiva ocupa enormes áreas desmatadas e responde por grandes emissões de gás metano, outro vilão do aquecimento global.

ü DURANTE AS COMPRAS, REFLITA sobre o impacto ambiental do produto, desde os palmitos clandestinos até as roupas a preço de banana dos outlets americanos (boa parte feita na China, a maior emissora de CO2 do mundo). Você precisa mesmo de 20 cuecas?

 
ü TENHA INICIATIVA e adote hábitos verdes – por exemplo, “compense” o impacto de sua viagem substituindo o uso do carro, ao longo do ano, pelo metrô ou pela bicicleta. Cada viajante é responsável pelo tamanho da pegada que deixa no planeta, e destinos paradisíacos foram maculados em prol do turismo de massa.
 
 
ü PESQUISE SOBRE O SEU DESTINO ANTES DE VIAJAR. Diferentes regiões do mundo possuem diferentes problemas sócio-ambientais. Descubra se o turismo de massa vem causando prejuízos para aquela área, quais os problemas mais graves enfrentados pela população e se eles sofrem com escassez de recursos. Mais importante que isso, descubra se existem iniciativas para minimizar esses impactos e o que você precisa fazer para tornar sua presença ali o menos prejudicial possível.
A sua pesquisa também deve incluir a história do lugar, os aspectos culturais mais importantes, religião, gastronomia, meios de transporte e vestimenta apropriada. Respeite esses aspectos e os tabus locais. Seja humilde. Aprenda algumas frases no idioma local. Leve fotografias ou pequenas lembranças de casa para mostrar ao povo local durante uma conversa. Não se prenda somente aos locais lotados de turistas. Veja apenas aqueles itens do top 10 que realmente te interessam e procure atrações, lojas e restaurantes que não fazem parte da rota tradicional. Descubra o que as pessoas que moram ali fazem e vá atrás.

ü VIAJE DEVAGAR. Chamada de “slow travel” entre os gringos, a tendência de permanecer períodos maiores nos destinos não é vantajosa apenas para o viajante. Além de proporcionar uma experiência mais próxima ao dia a dia local e permitir conhecer melhor as pessoas e a cultura, essa forma de viajar também é mais sustentável. Se você tem, por exemplo 15 dias de férias e resolve passar uma semana em um local e uma semana em outro, você vai emitir menos gás carbônico com deslocamentos que visitando cinco cidades diferentes no mesmo período.
 
ü NÃO COMPRE PRODUTOS feitos com animais ou artefatos históricos ou culturais. Optar por levar para casa uma peça do artesanato local é uma boa ideia, a menos que esse produto tenha sido produzido com animais ou sejam partes de artefatos históricos ou culturais. Evite souvenirs de pele, marfim, chifres, dentes, cascos de tartaruga e outros animais marinhos. Ainda que aquela peça específica tenha sido produzida com as partes de um animal já morto, o crescimento desse comércio pode incentivar a caça daquele bicho.
 
ü DÊ ALGO EM TROCA. Se possível, tente ajudar por um tempo em alguma organização local que lute por uma causa com que você se identifique. Procure ONGs comprometidas com a sociedade, que sejam lideradas por moradores da comunidade e empreguem mão de obra local. Dê preferência a causas concretas que ajudem em um problema urgente ou traga melhorias de longo prazo. Passar longos períodos nos lugares é uma das formas mais sustentáveis de viagem, se você unir isso a um trabalho comunitário fica melhor ainda.
 
 
O turismo sustentável é planejado para que as populações locais sejam mais valorizadas, promovendo ações de preservação do meio ambiente e estimulando o desenvolvimento socioeconômico de uma região. O resultado final é uma experiência única para o turista.
Aproveite toda beleza e infra-estrutura que o local oferece e em troca demonstre a sua gratidão com pequenos gestos civilizados.
 
Faça a Sua Parte
Sempre que for viajar, faça o possível para não deixar rastros nos locais em que visita. Por exemplo, se for à praia, leve um saco plástico para armazenar todo o seu lixo. Nem sempre você irá encontrar lixeiras, portanto é bom se prevenir. Enterrar o lixo na areia é uma atitude lamentável, pois o lixo estará apenas sendo escondido e logo irá aparecer. Ensine seus filhos a respeitarem o meio ambiente desde pequenos, assim você estará criando adultos responsáveis.
 
 
 


 


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